Quando o criador fala, é preciso refletir. Jogos grátis… Não mais?! Saca só…
Faaaaala, galera, tudo tranquilinho??
No último dia 22 de agosto, um dos maiores nomes da criação dos games se posicionou sobre uma das maiores polêmicas da nossa atual geração de games. Estamos falando de Shigeru Miyamoto, criador de Mario, Legend of Zelda, Donkey Kong, Pikmin, Star Fox, entre outros grandes nomes da Nintendo, e sua opinião sobre “o fim do atual modelo de jogos grátis”.
Você deve estar se perguntando então: COMO ASSIM QUEREM ACABAR COM MEUS JOGUINHOS GRÁTIS? Calma, calma… o ponto não é não ter mais games gratuitos, porém, o fim de um dos modelos mais populares dos dia de hoje. Entre os jogos neste modelo de negócio, temos os aclamados Fortnite e Warframe (acredito que você já, pelo menos, ouviu falar em um deles, se não os jogou ainda).
De qualquer forma, a ideia básica destes games é: você baixa o jogo gratuitamente, joga sem nenhum custo adicional quantas partidas quiser, porém conta com uma variedade enorme de itens adicionais para comprar dentro do jogo, os quais geralmente não influenciam no desenvolvimento do player no game, utilizando transações monetárias. A ideia de parecerem itens baratos, atrai a grande maioria dos jogadores, que optam por realizar uma ou outra “comprinha” periodicamente.
Mas, Rafa, por que seria ruim esse modelo de jogo, se, quem não quiser não é obrigado a comprar e, para quem deseja, sai um preço aceitável?
O ponto principal da declaração de Miyamoto, é que, a rotatividade de jogos, é incrivelmente afetada, pois: se não preciso comprar novos jogos, já que sempre tem novidades a serem compradas In-game nestes títulos, “para que os estúdios vão gastar para desenvolver novos games?”.
Além deste ponto, que é mais relacionado ao negócio dos games em si, existe uma parte dos jogadores que estão se viciando de tal maneira à estes jogos gratuitos (pois com o baixo custo, querem comprar vários itens ou as famosas Loot Boxes, que são caixas que possuem itens aleatórios dentro) que estão se endividando a ponto dos governos proibirem tais jogos.
Loot Boxes
Pra quem não conhece muito sobre essas “caixas surpresas”, ou Loot Boxes, elas funcionam em vários games atuais. Entre eles, o próprio Fornite, Overwatch, FIFA, Counter-Strike: Global Offensive e muitos jogos mobile também, como o Clash Royale com seus baús.
Dentro dessas caixas, o jogador conquista algum item aleatoriamente. Em muitos games, existem “níveis” de caixas, que, conforme o nível da mesma vai aumentando, os prêmios dentro dela se tornam melhores também. E aí entra uma das maiores polêmicas do atual cenário dos games: alguns games tem sido “acusados” de não colocarem tão aleatoriamente assim os itens, sendo que apenas as loot boxes mais caras, são as que realmente dão os itens conforme seus “níveis”, o que encaixaria o game no famoso pay-to-win, que traduzindo ao pé da letra, é o “pagar para vencer”, mostrando que apenas quem utiliza transações monetárias dentro do jogo, conseguem se destacar. Porém, não é muito fácil de comprovar isso, então fica sempre nos boatos.
Outro ponto é que os preço delas, às vezes pode valer muito à pena, e em outras pode sair mais caro do que comprar o item que você deseja em si (nos casos de itens vendidos in-game separadamente – como jogadores do FIFA Ultimate Team), pois vai precisar comprar tantas loot boxes para conseguir seu item, que passa o valor do mesmo.
Possível solução e Considerações Finais
Como solução de modelo de negócios, o guru dos games sugere aproveitarem a onda de streaming, que é original do mercado musical, onde promove a geração de renda através de assinaturas, para incentivar os jogadores a fidelizarem-se às plataformas com esse pagamento mensal por exemplo.
Eu sou um pouco suspeito para falar, pois gosto de aproveitar promoções e/ou jogos gratuitos para adquirir novos jogos. Porém, no meu caso eu não gosto de colocar dinheiro real no in-game. Então acredito que temos dois lados da moeda e vou expor os prós e contras de cada na minha visão.
Modelo Gratuito/Barato com compras in-game:
Monetariamente falando, barato | Diminui o incentivo ao desenvolvimento de novos jogos |
As compras não beneficiam (geralmente) os jogadores | Quando as compras beneficiam os jogadores, torna-se um Pay-to-Win |
Sem o fim do jogo, você pode se tornar muito bom nele à nível global | A fixação pode um só jogo, pode se tornar um vício e o mesmo pode levar o jogador a gastar sem noções reais |
Com as dlcs/eventos, o jogo se renova levemente |
Compra de jogo completo
Um único gasto com o jogo, facilitando as contas do consumidor, sabendo que não precisará pagar mais para continuar jogando | Podem ter um custo elevado de início, caso necessite de pagamento à vista |
Filtra, de certa forma, a quantidade de players on-line simultaneamente, aliviando servidores | Afasta a possibilidade de testes de alguns players, por não quererem “pagar pra ver” |
Também filtra um pouco as possibilidades de hackers atacarem dentro do game, pois para buscarem algum bug ou brecha e aproveitarem para benefício próprio, eles precisariam comprar o game | Caso seja jogado pouco, pode ter sido um valor desperdiçado que, caso fosse gratuito, poderia ter sido evitado |
Possível streaming de games
Preços fixos mensalmente, facilitando as provisões dos consumidores | Caso o valor mensal seja bastante acessível, pode privar os jogadores de jogos mais renomados e/ou mais caros |
Novos jogos desenvolvidos entrariam para a conta do usuário, permitindo testes de jogos “pagos” sem mudar o orçamento mensal | Caso o valor mensal seja um pouco mais elevado, pode ser inviável para muitos consumidores |
Como os jogos ficariam em uma plataforma de streaming, dificilmente tornariam-se obsoletos, possibilitando as disputas a nível global e os famosos pro players | Grandes estúdios podem não concordar com o modelo, entendendo que fora dele, lucrariam mais com seus games |
E você, caro amigo, o que acha? Pra você, quais são os pontos positivos e negativos do modelo que mais curte?
Fontes: CanalTech, Wikipedia, Blizzard Watch